Gestão integrada de crises na proteção do valor e da reputação

Gestão integrada de crises na proteção do valor e da reputação

Se a reposta à crise for realmente efetiva, ao invés de a marca sair manchada, poder ficar ainda mais forte

09 Junho 2015 | 10h 00

 

O impacto de uma crise na reputação e no valor de empresas e instituições vem se tornando um tema cada vez mais relevante. A materialização de uma crise pode ocorrer de diferentes formas: uma denúncia de corrupção, o vazamento de um produto com danos ambientais, a invasão e o consequente roubo de dados confidenciais de clientes, entre diversos outros exemplos.

E como lidar com essas situações? As boas práticas de governança corporativa reforçam, cada vez mais, a importância da gestão eficiente de crises, o que envolve algumas etapas. “A primeira medida é agir de forma preventiva. A companhia precisa conhecer muito bem os riscos aos quais está sujeita em sua atividade, de forma a mitigálos”, explica André Gargaro, líder das soluções de Gestão de Crises da Deloitte.

Simulação para evitar surpresas

A técnica de preparação consiste, basicamente, em criar situações próximas da realidade do negócio, simulando uma situação real de crise, de forma a capacitar os envolvidos. “Para a avaliação dos resultados, é elaborada uma escala de maturidade. Quanto mais madura acompanhia no exercício de simulação, melhor preparada ela está para lidar com uma crise”, explica Gargaro. “O processo dura, em média, de 8 a 12 semanas, e são avaliados: a reação e o preparo dos envolvidos, a documentação, os mecanismos utilizados e a qualidade e efetividade das ações realizadas”, exemplifica.

Áreas mais envolvidas

É fundamental a existência de um Comitê de Crise. “Preventivamente, este comitê reúnese de forma espaçada, para que medidas anticrise sejam mantidas e atualizadas, e de forma intensa em uma eventual ocorrência, gerenciando as ações e o trabalho dos envolvidos”.
Nas grandes companhias, existe a figura do Gestor de Crises, responsável pela operação. A área de Comunicação fica mais voltada a preservar a imagem da empresa. A maior responsabilidade, no entanto, é da Alta Administração, que deve estar muito próxima das
métricas de monitoramento para saber como agir com prontidão diante de uma eventual crise, nas mais diversas frentes de atuação de uma empresa.

Efeito da crise

“O pior que pode acontecer a uma companhia é a perda do seu valor e da sua reputação. Há casos, no entanto, em que a resposta à crise é tão efetiva que, ao invés de a marca sair manchada, sai ainda mais forte”, destaca Gargaro, que conclui: “Não importa o porte da empresa, todas devem ter essa preocupação com a gestão de crise. O ato de preservar a reputação deve ser comum a todas as companhias”.

Etapas a serem consideradas na gestão de crises:

1. Conhecer os riscos do negócio;
2. Avaliar o impacto para a reputação da empresa, caso um determinado risco se materialize;
3. Definir um plano de coordenação de resposta, caso o risco se materialize;
4. Capacitar as pessoas envolvidas, para que saibam o que fazer em uma situaçãode crise;
5. Definir processos para retomar a operação normal, após a crise controlada.

 

Fonte: ESTADÃO – PROJETOS ESPECIAIS
Página: http://patrocinado.estadao.com.br/deloitte/artigos/gestao-integrada-de-crises-na-protecao-do-valor-e-da-reputacao,1702273

 

Ceagro consegue 30 dias para renegociar débitos

Ceagro consegue 30 dias para renegociar débitos

A Ceagro Agrícola, comercializadora brasileira de milho e soja, fechou ontem acordo com sete bancos para renegociar uma dívida de US$ 170 milhões.

Segundo o advogado da empresa, Pedro Bianchi, do escritório Felsberg Advogados, os bancos BTG Pactual, ItaúBBA, Credit Suisse, Bank of China, Santander, ABN Amro e Indusval aceitaram suspender por 30 dias a execução das dívidas na Justiça e vão avaliar um plano de reestruturação neste prazo. Um dos compromissos assumidos foi melhorar a governança corporativa e implantar sistemas operacionais e de controle da informação.

Em outra frente, os advogados vão negociar também com os detentores de títulos externos da empresa no valor de US$ 100 milhões e a primeira reunião acontece daqui duas semanas.

Desde maio, a Ceagro deixou de pagar os empréstimos. Primeiro não honrou o pagamento dos juros dos títulos externos e depois não pagou nada dos empréstimos tomados com os bancos, referentes a Adiantamentos de Contrato de Câmbio (ACC). As instituições financeiras partiram para a Justiça, alegando que a empresa teria dissipado as garantias de contratos de vendas de soja dadas durante a última safra. A empresa teria deixado de entregar o produto para comercializadoras, que por sua vez não pagaram os contratos. Mas a Ceagro alega apenas problemas financeiros com investimentos mal feitos e também com a alta do dólar, que teria elevado demais a dívida.

Os bancos não quiseram comentar o assunto, pois alegam a questão do sigilo bancário. O advogado da Ceagro diz que a companhia está se preparando para atrair um novo investidor, como opção à reestruturação. /J.G.

 

Fonte: O ESTADO DE S. PAULO | SEXTA-FEIRA, 14 DE AGOSTO DE 2015 | Economia B9

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